A Cada Maio
Ondas do povo do mar...
Raios do povo do céu...
Ventos do povo da mata...
Me mata vai...
No bailar dos teus braços...
No levitar dos teus passos...
No laço...
do teu sorriso, lindo!
Atormenta...Faz tremer teu poeta...
Acalenta... me faz perder o compasso...
No tempo e no espaço
em que bailas assim.
Fecho olhos... te imagino a rodar
sob o bater forte do tambor...
És rainha? És madrinha?
Já não sei...
Mas quisera eu ser Rei
E te dar meu império, sério!
Lá no alto da serra,
e na poesia
que encerra o meu dia,
te dizer do meu sonho,
e do que já não te proponho...
A cada ensaio,
e a cada maio,
eu saio de mim...
Pobre de mim...
Mas deixe... deixe assim...
sambe assim...sambe sim...
Porque este amor
já não tem fim!
(Extraído do livro "Murmurando Ventos" de Anderson Julio Lobone)