Através dos teus olhos
Percebo um ser bem escondido,
nesse olhar meio caído que brilha tão forte,
que quando mal me tenho percebido,
caio na imensidão dele e só conto com a sorte.
E mergulho nesses olhos adentro,
pareço fluido pouco denso me deixando levar,
e nem fugir do mar dos teus olhos eu tento,
nem tão pouco me preocupo acaso me afogar.
Tanto insisto em te encarar com empenho,
pra vê até quanto longe posso penetrar
nesses olhos negros, grandes e serenos,
que abrem as portas da tua alma pra eu observar.
Não afasta de mim os teus olhos,
nem os desvia ou fecha, deixa-os em minha direção,
porque se eu perdê-los de foco não suporto
sair d’uma vez da beleza que encontro neles em imensidão.