LAMENTO DE UM RIO

Nasci como uma criança

puro, belo, cristalino,

corria feliz pelas pastagens

alimentava meus moradores

com amor e alegria.

Fui aumentando a corrente,

me tornando adolescente,

ainda era feliz no passado

que adulto me fez doente.

hoje sou um senhor idoso

que muito fez pelos amigos,

mas, como toda gente,

velho, fiquei sem serventia.

Não respeitaram minhas águas

antes tão serenas!

fora me maltratanto,

me tornando pequeno.

Mataram meus moradores,

sujaram de dor meus caminhos,

não houve nem uma autoridade

que por mim tivesse algum carinho.

Hoje sou água morta

não mais tenho alegria,

virei depósito de entulho,

meu cheiro me entristece

e me faz infeliz todo dia.

Peço ao deus das águas socorro!

As autoridades misericórdia!

Esperança tive num jovem

como todo povo também

Hoje não sei se por mim

guarda amor no coração

ame a terra que nasceu

e o Rio que corta ela também.

Infeliz a dor de quem não

alcança, caridade e bondade

sofre hoje o desprezo

como um pai abandonado.

vou secando minhas águas e morrendo

pouco a pouco, fechado na minha saudade.

MÁRCIA ROCHA

27/05/2009

MarciaRocha
Enviado por MarciaRocha em 28/05/2009
Código do texto: T1620311
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