Poeta

Poeta

Quando sentes, o teu ser alienado,

Somes no meio de tudo,

O que te cerca é a verve,

Ao tentares retratar um fato,

Uma pessoa, uma idéia vaga...E nada!

Percebes então do que a Poesia precisa.

Tentas dizer em palavras, ao que serve,

Na vista do leitor curioso,

Que não existe nenhuma saga,

Que lhe imputa a responsabilidade,

Para quem quiser saber,

Ao que estas linhas declinam,

Num gesto abstrato e garboso,

O relance de algum momento,

De algum bocado de insanidade,

Aí que o nosso poeta se iguala,

Aos pintores que inclinam suas idéias,

Com seus pincéis multicores,

Nos papéis de paredes de cimento,

Em painéis que se tornam colossais,

O silêncio da pintura que se cala,

Quando pronta contundente e exposta,

Nas leituras de conscientes julgadores,

Suas linhas que não são todas iguais,

Na tentativa de entender a criação.

Igualdade no autor que perpetua,

Num momento raro de resposta,

No pensamento que é todo abstrato,

Busca incessante de assuntos, nos anais,

Traz do passado, algo que é presente,

Da autoria indiscutível e sempre tua,

Que não são mais rabiscos desconexos,

Tudo é Poesia aos teus olhos...

Grande Poeta!

04/02/99 – Jorge Gonçalves Junior