SAUDADE BANDIDA

Não sei se consigo superar

A saudade que invade, maltrata

Correndo nas veias, ardendo

Como fogo ou pimenta, sei lá...

Que perturba, que machuca,

doendo muito se espalha

tomando corpo, crescendo,

tornando vulto as lembranças.

Ignorando a doçura

irradiando um veneno

como a água que inunda

vai invadindo minh'alma.

Derrubando, destruindo

sem que nada tenha sentido

nem a vida, o amor, a amizade

sentimentos, mortos ao chão.

Só rastros, lembranças perdidas

como latas vazias ao vento

voando sem ter direção.

Neli Neto