Beijo navalhado
Ela sofre e eu sei
Quer enganar a todos, mas eu sei
Sei que quando ela beija
Não o faz por gosto
O faz por obrigação
Nessas o beijo não mais doce é
Passa a ser morto, frio, gelado
Passam a ser beijos navalhados
Onde os lábios encrustam giletes
Cada beijo é uma dor
O sofrimento se faz com o sangue
Que escorre da boca de ambos
O sangue da morte do amor
O último suspiro de uma paixão
As lâminas atritam e cortam
E machucam e fazem doer
Nada mais são do que consequências
Consequências de um sentimento que já se foi
Consequências de uma teimosia
Sangrenta e dolorosa teimosia