À deriva

a saudade flui
e navega
por toda
a minha noite

fere
estilhaça 
escorre...
fome
sede...
um rosto
um nome...

devoro folhas
de poesia amarga
para curar
a chaga aberta

quem sabe
encontrar a chave
que me devolva
a saída

nas idas e vindas
em vão
procurei

engendrei sonhos
e soprei-os
ao vento

entreguei
às estrelas
o olhar fadigado

garrafa
em alto mar
coração aprisionado.


 

Isabel Campos
Enviado por Isabel Campos em 27/05/2009
Reeditado em 08/07/2012
Código do texto: T1618406
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