MAGIA DE UM TOLO
NALDOVELHO
No silêncio da noite alinhavo versos,
curo feridas, exorcizo a dor,
Na frieza da pedra: luto frio à letra morta.
Arrumo meus guardados, revejo o passado,
madrugada de outono invade o quarto.
Cheiro de terra molhada,
vidraça embaçada, orvalho.
Pássaros inquietos despertam com o nascer do sol.
Começaria tudo outra vez, só não sei onde, quando e como.
E ainda que eu leve marcas, cicatrizes, estiagens;
minhas malas estarão sempre prontas,
nem será preciso o adeus.
Haverá sempre no caminho uma estalagem,
uma mulher de colo quente
e uma boa dose de aguardente.
Depois fé na estrada, na força dos ventos,
e no ciclo completo das águas.
De resto sobrará a poesia,
magia de um tolo que assim fez por merecer.
NALDOVELHO
No silêncio da noite alinhavo versos,
curo feridas, exorcizo a dor,
Na frieza da pedra: luto frio à letra morta.
Arrumo meus guardados, revejo o passado,
madrugada de outono invade o quarto.
Cheiro de terra molhada,
vidraça embaçada, orvalho.
Pássaros inquietos despertam com o nascer do sol.
Começaria tudo outra vez, só não sei onde, quando e como.
E ainda que eu leve marcas, cicatrizes, estiagens;
minhas malas estarão sempre prontas,
nem será preciso o adeus.
Haverá sempre no caminho uma estalagem,
uma mulher de colo quente
e uma boa dose de aguardente.
Depois fé na estrada, na força dos ventos,
e no ciclo completo das águas.
De resto sobrará a poesia,
magia de um tolo que assim fez por merecer.