TARDE CHUVOSA
Eu te espero
na tarde chuvosa,
duvidosa...
Será que vens?
Ansiosa,
fico tonta,
aflita,
saudade aponta.
A chuva cai.
Olho pela janela.
Vidros embaçados.
Procuro teu vulto,
do outro lado.
A chuva esconde a esperança,
não vejo ninguém.
Arrumo novamente os cabelos.
Uma gota de perfume no colo palpitante.
Ansiedade inquietante.
Será que vens?
A chuva não passa.
Embaça a vidraça.
Um vulto ao longe,
coração dispara.
Retoco o baton, e o gloss cintilante.
A alma se agita
num instante,
esperançosa.
No vaso ainda ajeito as rosas...
Como é linda esta tarde chuvosa!
(Arlette Santos)