AÇOUGUE
Ontem eu conheci um lugar onde as pessoas perdem seus sonhos
Todos, nesse lugar, se submetem a algo tão humilhante
Ninguém e todos são culpados, resultado de uma sociedade ignorante
Sinto a hipocrisia colocar suas mãos no meu ombro
Deparo-me apertando sua mão como grandes amigos
O que faço aqui, como cheguei e por quê?
Espera!!! Eu sei! Mas guardo segredo...
Chamaremos esse lugar de açougue
Sempre tem espaço para mais um,
O meu espaço na prateleira estava reservado
Apenas tomei posto sentido-me enojado de quem estava aos meus lados
Sem perceber o quanto Eu estava sujo de ****
Nesse lugar, eu encontrei pessoas que sorriem
Que agridem verbalmente,
Pessoas decididas do que querem,
que expressam suas opiniões
Mas nunca encontram o que procuram e quando, talvez, tenham encontrado
Abrem mão, porque o medo é maior
Nesse lugar, encontrei mentira e personagens
Ninguém está sorrindo porque quer
Pessoas que sofrem no domingo à tarde
Pessoas que choram todas as noites antes de dormir
Pessoas que se escondem atrás do sexo
Simplesmente por ser o caminho mais fácil para se sentir desejado e querido
Aqui eu não posso ficar
Nesse gueto, que de principio todos querem o mesmo,
Mas por estar em um gueto e marginalizados
O chão, as paredes, o teto, as roupas, as pessoas se sujaram
Achando que chegarão a algum lugar.
Por que tudo não pode acontecer de uma forma natural?
Por que tudo tem de ir parar no gueto dessa forma?
Por que todos nós não abrimos os olhos e damos as mãos?
Por que a vida alheia é tão importante para a maioria?
Onde estou indo, eu sinceramente não sei
Deixo esse gueto, não por vergonha, mas pelo o que eu acredito
E que, em um futuro não distante,
Todos nós enxerguemos!!!