ESTAR SÓ. NÃO, SER SÓ.
Estranho...
Não estou bem hoje.
Estou há horas - nem sei quantas - sentada aqui, à beira do colchão.
Acho que andei pensando sobre a capacidade de ser feliz. Ou não.
Por que, às vezes, parece tão fácil!
Mas às vezes é simplesmente impossível.
Alguém, acho que J.Simmel, disse que somos essencialmente sós.
Não concordo.
Se assim fosse, o ir e vir de pessoas, o ganhar ou perder, o realizar ou fracassar, não influenciariam nossos sentimentos.
Não seríamos assaltados pela solidão, pois ela nos seria inerente.
O amor não nos faria falta, pois nos bastaríamos.
Não nos alegraríamos por vitórias alheias, assim como não nos arrasaríamos pela morte tão alheia quanto.
Nada referente aos outros nos importaria.
Veja só. Eu adoro ESTAR SÓ, mas abomino a idéia de SER SÓ.
Estar só é tão diferente! É tão prazeroso poder entregar-me a devaneios sem sentido, sem que isso afete as vidas, nem minha e nem de ninguém. É muito gostoso, às vezes, dizer boa noite pra mim mesma.
Mas é medonho não ter nunca, alguém pra quem dizer qualquer coisa.