Noite Fria

Toda noite em uma roda de samba ou uma roda de ciranda

À roda à roda,

Gente brinca, gente canta e gente soa,

Como soa o tamborim do batidor,

Chora a cuíca à noite toda, chora o meu bem,

E naquela aglomeração, na multidão ouve-se disparos

Pá!! Pá!! Pá!!

Na gritaria e nos prantos dois rapazes distintos são erguidos ao chão

Com a mãos na cabeça, ninguém quer ouvi-los.

Cala à boca!

- É ladrão- Exclama a morena semi-nua

Noutro lado rua dorme a criançada! No meio da euforia

Do carnaval!

Volta-se ao outro lado da rua, executa-se os rapazes

Negros de dentes brancos.

E a modinha continua:

“Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”.

Nessa noite o leiteiro de Drummond que entrava no quintal para

Entregar seu leite e o jornaleiro que entregava o jornal na caixa de correspondência,

Não poderão mais pular o carnaval!

Shiiiii!!!! Dorme á criança

Dorme na madrugada

Os inocentes que os fardas executaram!!