PÓLENS DA VIDA

Minhas mãos

não esquecem

o teu silêncio.

Minhas mãos

ainda procuram

teus cabelos

para acariciar,

o tempo os tingiu

de branco,

agora nenhum

pretinho para festejar

junto comigo,

a alegria de estar

entrelaçado as raízes

dessa família

que cultivo,

em linha reta

ou sinuosa,

os momentos

da nossa história.

A fertilidade

nos foi doada

através das roldanas

da vida,

frutos dos antepassados,

ofício das chamas da carne,

chuva que tilinta

no telhado da esperança,

acende a tocha

do nosso amanhã,

fazendo borbulhar

a fonte do nosso

destino.