Concertina Sem Maestro

Você passa como

fogos de artifícios,

lampeja e depois morre

nos campos de lua.

Você passa no fundo

do baile,

e faz a orquestra entoar

um pouco de lírico -

coisa que abasteceu de

vida - nossas mãos

até ontem - dia de vinténs.

Você é fraca,

depois é forte,

você é luz

e derradeira paixão.

Você entoa a flauta

e a arca.Você vem do

outro lado do bem,

das casas dos arautos.

Você reflete a água límpida,

e arqueja-morena, ao sol,

você vive duas vezes,

mas, em nenhuma delas,

quis, sequer,

ficar perto de quem te

inveja!

Sou eu, por perto,

rondado suas saias

e suspeitando do que

nosso caso nunca

foi de eterno amor.

Eu dou passos prá lá,

e você dança eufórica e já,

no sonhos do coração

do partido de amor e sem canção

Já não sou o vigor dos eternos,

sou passo fundo,

que chafurda na lama,

esperando um dia,acabar,

esperando um dia, começar.

Se a flauta entoa

então já sou canção

de despedida, e resto

da nota vespertina dos

pássaros

esquecidos, nesta

concertina manhã

sem maestro !

José Kappel
Enviado por José Kappel em 23/05/2006
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