ÁFRICA
NALDOVELHO
Trilhas estranhas, histórias, tormentos,
trevas, tropeços, portas trancadas,
terras, fronteiras, cicatrizes expostas.
É sina do homem crescer pela dor.
Conflitos, abismos, batalhas, loucura,
o cheiro de sangue, o medo, a tortura,
na fúria da guerra a fome consome,
em teu colo a criança, não chora, não come.
Lágrimas não chovem, ressecadas as pétalas,
caminhos incertos, agoniza o sonho.
O rio minguou, o leite secou,
olhos vidrados espelham a dor.
Teias estranhas, nem sei o teu nome,
só sei que és negra e padeces de fome.
No berço do homem deserto de amor,
morre a mingua o filho do Nosso Senhor.
NALDOVELHO
Trilhas estranhas, histórias, tormentos,
trevas, tropeços, portas trancadas,
terras, fronteiras, cicatrizes expostas.
É sina do homem crescer pela dor.
Conflitos, abismos, batalhas, loucura,
o cheiro de sangue, o medo, a tortura,
na fúria da guerra a fome consome,
em teu colo a criança, não chora, não come.
Lágrimas não chovem, ressecadas as pétalas,
caminhos incertos, agoniza o sonho.
O rio minguou, o leite secou,
olhos vidrados espelham a dor.
Teias estranhas, nem sei o teu nome,
só sei que és negra e padeces de fome.
No berço do homem deserto de amor,
morre a mingua o filho do Nosso Senhor.