RENDER-SE À POESIA
Haver a ideia concisa
Do verso que vai nascer
Ao pegar com mão precisa
Na pena para o escrever
Não parece concebível,
Se a poesia é sentimento
De um coração sensível
A inspirar o pensamento,
Como carícia de amor
Ou lágrima de saudade,
Angústia de amarga dor
Ou abraço de amizade.
O cérebro assim recebe
As sensações transmitidas
E as palavras que concebe
São as nossas preferidas.
Com cuidado encontradas
Para o sentir revelar
São por isso muito amadas
E pra com carinho usar.
O poema não termina
Com o querer do poeta,
Conhece bem sua sina
De alma sempre inquieta.
O leitor que compreende
A palavra apaixonada
À poesia ele se rende,
Arte linda, abençoada!
Lisboa - Portugal