RENDER-SE À POESIA

Haver a ideia concisa

Do verso que vai nascer

Ao pegar com mão precisa

Na pena para o escrever

Não parece concebível,

Se a poesia é sentimento

De um coração sensível

A inspirar o pensamento,

Como carícia de amor

Ou lágrima de saudade,

Angústia de amarga dor

Ou abraço de amizade.

O cérebro assim recebe

As sensações transmitidas

E as palavras que concebe

São as nossas preferidas.

Com cuidado encontradas

Para o sentir revelar

São por isso muito amadas

E pra com carinho usar.

O poema não termina

Com o querer do poeta,

Conhece bem sua sina

De alma sempre inquieta.

O leitor que compreende

A palavra apaixonada

À poesia ele se rende,

Arte linda, abençoada!

Lisboa - Portugal

Maria da Fonseca
Enviado por Maria da Fonseca em 23/05/2009
Código do texto: T1610798