TEUS SETEMBROS, MEUS DEZEMBROS

A VINTE ANOS ENVELHEÇO A CADA DEZEMBRO.

FIOS BRANCOS, NOVAS RUGAS, A CADA DEZEMBRO.

NO PORÃO DA JUVENTUDE, EU TRANQUEI UM SONHO QUE SOLUÇA A CADA DEZEMBRO.

E NO PASSAR DOS TEUS SETEMBROS, VOCÊ FOI CRESCENDO E FOI VIVENDO, E DESENCANTANDO OS MEUS DEZEMBROS.

HOJE EU SOU PERGAMINHO FRENTE AO ESPELHO TRINCADO, ENQUANTO VOCÊ É CAMINHO NO DIA ENSOLARADO.

TEU SORRISO DESABROCHA QUALQUER FLOR.

ATÉ MESMO A FLOR DA DISTÂNCIA DOS MEUS DEZEMBROS DESBOTADOS.

VOCÊ É SIM E EU SOU NÃO.

VOCÊ NA MÃO E EU NA CONTRA-MÃO.

E PRA RIMAR E PRA ACABAR, EU VOU AGORA TE DIZER,

QUE NÓS SÓ TEMOS DUAS COISAS PRA ESCREVER.

EU ESCREVO VIVOS - AINDA!

VOCÊ ESCREVE FILHOS - E FINDA.

MAS OS TEUS SETEMBROS VÃO ENLAÇAR OS MEUS DEZEMBROS.

UM DIA!

Isabel Damasceno
Enviado por Isabel Damasceno em 22/05/2009
Reeditado em 04/11/2014
Código do texto: T1609181
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