TOCANDO PUNHETA
Tocar punheta para Elisângela
Em seus shortinhos adúlteros,
Pela paz e por amor.
Tocar punheta na hora do café,
Na hora do almoço, antes de sair,
E ficando sem dormir.
Tocar punheta p'ra viznha,
p'ra caixa-de-supermercado, vendedora
De cosméticos e p'raquela crente
Em seu saião.
Para os peitos, as coxas e o bundalelê.
Tocar punheta num ônibus, na rua
E na prisão; à sombra de um jatobá
E abordo de um disco voador.
Tocar punheta, uma arte milenar,
Dos dias de Onam aos cultos de Atum
E aos parangolês plissados das normalistas
Que encontrei ontem!
Tocar punheta para a professora Helane
Naquele saiote indiano, para Marylin Monroe
Em seu clássico esvoaçante;
Tocar punheta p'ra pequena notável,
seus balangandãs, Hebe Camargo, Deborah
Secco e as musas do funk em suas favelas
Acrópolis.
Como Diógenes na praça do povo e ascendendo
Em gozo ao céu do condor!
Com a calçola esquecida num chuveiro,
Para a santa, as fadas, os anjos e demônios.
Tocar punheta vendo um namoro, testemunhando
Um estupro, lendo um livro, assistindo a um filme
E vendo aquele retrato de Mere.
Tocar punheta para a minha tia Solange,
minha dinda Verinha, com as revista do meu avô;
Enquanto eles fazem guerra, e com outro ela faz
Amor.
Tocar punheta e gozar na cara e da cara de todos,
Pensando nas saias da vida, na camisola da poesia,
E com a mão de sua Lolita em seu vestidinho
Axadrezado.
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