NO BAR DAS ALMAS...
Está tudo tão quieto,
Uma pequena igreja ao fundo de minha sepultura
Uma cruz de ferro mais á frente e uma cruz de mármore ao lado.
Uma outra pequena cova mais adiante...
Flores...
Muitas flores...
Uma cruz
Um caminho
Uma mulher e de passagem um pequeno grupo de agentes funéreos.
O frio da manhã de inverno,
Covas novas,
Túmulos novos,
Aquele pessoal no bar das almas
Logo ali na esquina
Uns amigos
Outros inimigos
Mais dia
Menos dia
Aqui também estarão...
Já mais tarde tempo quente sol e chuva
Chuva e sol, vento e fogo, muita fé e oração.
Cheiro de vela queimada de lagrimas derramadas
Uns olham
Outros choram
Desespero em pleno dia de finados.
São Francisco...
São Tomé...
Santo Mé...
CRUZEIRO
A cruz
Aspecto
Espectros...
Muitas velas e orações
Uns ouvem
Outros não
Cristões
Evangélicos
Metodistas e bundistas
Canastrões e falastrões
Pastores e padres
Gênios e artistas
Ricos e pobres
Tarados e taradas
Putas e putos.
Aqui neste sombrio mundo
Muitas velas para vocês sejam felizes e muitas orações
Que maravilha de sol
Que maravilha de manha
Agora que louco o povo já se aglomera
Licença por favor
Vou ali na esquina
Que as almas da vida
Já estão em fartos copos
Jogando a do santo
Santo- sou
Jogue na terra
Ou jogue na calçada
Esta é minha
Esta é da alma ali da outra esquina
Pinga da boa
Cerveja pura é boa
Mas como toda alma controlada não é a toa
Já é hora de eu ir me em boa....
Cuidem-se meus bons e inúteis homens
Que freqüentemente nos brindam no dia dos santos
Em frente ou na esquina do cemitério onde se localiza
O BAR DAS ALMAS...
Uma igreja
Uma cruz
Um caminho e flores...
Muitas flores
Muita luz
São as velas
Já acesas
Quase apagadas
Que se derramam em lagrimas
Sobre o frio mármore ou no sinistro chão.
Festa boa
Festa linda
Fim de festa
Agora é só esperar...
O
Outro
FINADO...