Medo
Tiram-me o fôlego
E a força de minha certeza.
Destroem a minha ânsia de viver
E colocam-na num espaço de tristeza.
Transportam o meu âmago
Para esta veemente cólera
De uma realidade sem beleza.
Põe-me num ato de desespero
Dentro de um mundo sem esmero
Com qualquer vital delicadeza,
Em que possa nascer o último crepúsculo
Que me tira o último suspiro...
Desta vida medíocre.