ANDRIÉ
No mar, um verde
quase tão cinza
quanto o céu que plana.
A linha do horizonte some:
degradê.
As ondas seguem dizendo seu nome
continuam cantando você.
Tem uns caras jogando bola na areia
e não há sereia
pra que eu rime
E olho, pela janela, mor...
E olho, pela janela, mar...
Ah! mar...
Olho pra trás e vejo
uma língua de areia
que avança no tecido
mais revolto e calmo...
Olho pra trás e vejo
o que nunca vi.
E cinza é o concreto,
e cinza é o céu e o mar.
E verde é o mar,
e verde é aquilo que nasce
e verde é o último que morre
e verde é o monstro de Shakespeare...
No mar, um cinza
quase tão claro
quanto o sol que planta.
Alinha no horizonte fome:
Andrié.