DIGAM-ME
Digam-me dos tempos idos
Digam-me do que me resta
Digam-me dos meus sentidos
E dos meus dias de festa!
Digam-me das minhas desilusões
Das minhas alegrias e queixumes
Digam-me das minhas vãs ações
E em que minha vida se resume!
Digam-me dos anjos e santidades
Das fragilidades dos seres mortais
Dos lutos e das tempestades
E de tudo que não me lembro mais!
Digam-me dos amores que tive
Dos frios das minhas madrugadas
Digam-me, por favor, como se vive
Se não encontro gosto em mais nada!