Um

Um

Onde um homem acha uma porta para o Coração.

Era ele um homem triste, um homem de lágrimas,

que entre as portas e entradas,

de sua casa, de sua morada,

achou uma que não conhecia,

uma que deveria dar para fora,

mas não podia dar mais para dentro.

Levava a porta para o interior de quem a atravessava,

para o centro do próprio ser.

(que, como todos sabem, é o coração, desdenhando dos neurocirurgiões)

não era uma porta ornamentada, ilustrada ou iluminada.

Era uma porta como qualquer outra,

ou não.

Não era uma porta como qualquer outra,

mas parecia ser.

Ele tropeçou nela. Ele não caminhou, puxado por misteriosas forças de curiosidade sobrenatural.

Não.

Ele tropeçou, esbarrou nela, e ela gentilmente se abriu, chocando-se contra seja-lá-o-que-for,

mostrando para ele coisas invisíveis, inimagináveis, indescritíveis.