Ombreiras de Ouro
Tenho ombreiras de ouro,
são devedoras de algum
meestre esquecido
do tempo,que as largou
próximo
as minhas coisas de
bem querer, e passou.
Fui bem de calaleriço,
trotando mundo afora,
igual a um rei levadiço;
no fundo,igual a um pobre,
que sempre se leva embora.
Fui crer que não
passava de um sonho
e,agora, todos me aprontam!
Fui crer que o tempo
é lavadiço, tenaz
e escorregadio.
Ontem eu conquistava
terras,
e pela idade, agora,
a terra me espera.
Tudo um sonho
de pouco assanho!
Um sonho de reis
e rainhas.
E pobres delas,
vivem suas solidões,
junto a outras
e mais outras,
que se atraem
e fazem uma festa
de ouro encardido de pó,
não sabendo que vivem um pesadelo
dentro do próprio sorriso.
Vã guerra de ócio
que meu mundo penetrou:
atrás vêm minha ombreira
e na frente todos,
igual a mim,
trazem a vida toda que errou!