Ombreiras de Ouro

Tenho ombreiras de ouro,

são devedoras de algum

meestre esquecido

do tempo,que as largou

próximo

as minhas coisas de

bem querer, e passou.

Fui bem de calaleriço,

trotando mundo afora,

igual a um rei levadiço;

no fundo,igual a um pobre,

que sempre se leva embora.

Fui crer que não

passava de um sonho

e,agora, todos me aprontam!

Fui crer que o tempo

é lavadiço, tenaz

e escorregadio.

Ontem eu conquistava

terras,

e pela idade, agora,

a terra me espera.

Tudo um sonho

de pouco assanho!

Um sonho de reis

e rainhas.

E pobres delas,

vivem suas solidões,

junto a outras

e mais outras,

que se atraem

e fazem uma festa

de ouro encardido de pó,

não sabendo que vivem um pesadelo

dentro do próprio sorriso.

Vã guerra de ócio

que meu mundo penetrou:

atrás vêm minha ombreira

e na frente todos,

igual a mim,

trazem a vida toda que errou!

José Kappel
Enviado por José Kappel em 22/05/2006
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