Maintenant

Lume de lonjura incalculável

São os teus dos meus sem cor.

Versos com verbos impensados

Que ojerizas, que rejeitas, não queres mais.

Querer deixado ao acaso

Quiçá um dia queiras,

Eu, entretanto, não mais...

Por enquanto coso fagulhas e restos catados,

Migalhas de meu peito caídos de tua mesa,

Restos de um alguém que te quis.

Cada um dos ossos recurvados

Deste que te versa agora, sem rimas,

Rejeitará-te, se voltares um dia.

Agora espero o sol se pôr

Por sobre o rio de águas barrentas.

E raiará pela manhã o contentamento,

Na paciência e na incerteza do depois.