ÀS VEZES
NALDOVELHO
Às vezes é preciso ter coragem
para alimentar um sonho;
acordar pela manhã,
abrir portas e janelas,
andar pelas ruas, dobrar esquinas,
escutar pássaros em festa
e o cochicho das flores
que insistem em afirmar
que apesar de estar tudo mudado,
nós ainda estamos por aqui.
Às vezes é preciso ter coragem
para realizar um sonho,
dar bom dia a um estranho,
desejar reencontrar o inimigo,
buscar compreender o outro lado,
aparar arestas, estender a mão,
fazer de um sorriso a moeda verdade,
do olho no olho a marca da fraternidade,
reconhecer o próximo como um irmão.
Às vezes é preciso ter coragem
para reconhecer que erramos,
e foram tantos os nossos enganos,
caminhos profanos, estranhos,
palavras transformadas em adagas,
ainda temos nas mãos muito sangue,
espólios, heranças malditas...
Quanta dor existe em meus olhos,
e espinhos a dilacerar meu coração.
Às vezes é preciso ter coragem
para permanecer poeta,
caçador de palavras que sonham
e dos significados que elas revelam;
e dar liberdade aos versos que imploram
por poesia visceral e insurrecta,
que nos fale de um amanhã sem fronteiras,
de poder semear sem temer tais barreiras,
de frutos colhidos sem pressa,
de mesa farta de vinho e de pão.
Às vezes é preciso ter coragem
para acreditar em Deus!
Apesar da dor de tantos espinhos,
da revolta que atormenta a mente,
da indiferença, do medo e do ódio...
Tantos fardos pesados, nossas escolhas!
E por mais que a vida não nos perdoe,
só através Dele existirá o caminho
que irá nos levar a redenção.
NALDOVELHO
Às vezes é preciso ter coragem
para alimentar um sonho;
acordar pela manhã,
abrir portas e janelas,
andar pelas ruas, dobrar esquinas,
escutar pássaros em festa
e o cochicho das flores
que insistem em afirmar
que apesar de estar tudo mudado,
nós ainda estamos por aqui.
Às vezes é preciso ter coragem
para realizar um sonho,
dar bom dia a um estranho,
desejar reencontrar o inimigo,
buscar compreender o outro lado,
aparar arestas, estender a mão,
fazer de um sorriso a moeda verdade,
do olho no olho a marca da fraternidade,
reconhecer o próximo como um irmão.
Às vezes é preciso ter coragem
para reconhecer que erramos,
e foram tantos os nossos enganos,
caminhos profanos, estranhos,
palavras transformadas em adagas,
ainda temos nas mãos muito sangue,
espólios, heranças malditas...
Quanta dor existe em meus olhos,
e espinhos a dilacerar meu coração.
Às vezes é preciso ter coragem
para permanecer poeta,
caçador de palavras que sonham
e dos significados que elas revelam;
e dar liberdade aos versos que imploram
por poesia visceral e insurrecta,
que nos fale de um amanhã sem fronteiras,
de poder semear sem temer tais barreiras,
de frutos colhidos sem pressa,
de mesa farta de vinho e de pão.
Às vezes é preciso ter coragem
para acreditar em Deus!
Apesar da dor de tantos espinhos,
da revolta que atormenta a mente,
da indiferença, do medo e do ódio...
Tantos fardos pesados, nossas escolhas!
E por mais que a vida não nos perdoe,
só através Dele existirá o caminho
que irá nos levar a redenção.