Versos perfumados
Lua prateada, noite de gala, coração ansioso veste - se de poesia, cantares brotam dos poros no êxtase dos sentidos.
Chuvas e temporais arrastam lembranças, cálice de saudade, um desejo interminável no olhar, mente a vagar.
Perfume de outono, flor de laranjeira imaculada, folhas secas carregam a leveza do verso de amor.
As nuvens unem-se desenhando traços teus, reprisando fatos, versos desordenados, num compasso alucinado.
Pingos cristalinos descem molhando o solo, lágrimas sedentas de orvalho ruborizando a face.
Olhar divagando como se nada visse, linhas mal traçadas no infinito do meu mundo.
Luz terna dos amores abraça minha alma febril, movendo impulsos e sentidos, numa caminhada incessante.
Procurando abrigo nas palavras, inspiração vaga no amontoado das folhas alvas, de um manto rasgado de emoções.
Deixando que o vento desalinhe meus sentidos, e produza um sorriso, mesmo que amarelado.
O coração dispara e a mente reage, enfim encontrei o afago necessário, versos perfumados, guardados no armário.
Escrito
21.05.2006
Por Águida Hettwer