O Palhaço e o Poeta

 
Sou um palhaço da vida
coberto de sorrisos
com a vida como paródia
Talvez até um poeta
 
As gargalhadas ressoam
por todo o circo
com toda a criançada extasiada
Tento escrever versos? Talvez
 
Na solidão do meu camarim
pego num lápis e escrevo
os sentimentos e a dor
e escrevo mentiras
 
Ah! Ah! Ah!
Querem a minha vida
explorada e vivida
por outros?
 
Quando choro
pela morte de minha adorada
num acidente no trapézio
escrevo coisas alegres?
 
Depois do espectáculo
coberto de sorrisos
e muito aplaudido
a tristeza sente-se no poema?
 
São dúvidas que persistem
num palhaço talvez poeta
e mentiroso
no caderno de apontamentos.
 
Ficarão para o esquecimento
depois da minha morte
e os sorrisos perdem-se
na penumbra do tempo.
 
pedrovaldoy
Enviado por pedrovaldoy em 16/05/2009
Reeditado em 19/11/2009
Código do texto: T1598170