FUI FEITO PRA CAÇAR RUMO
NALDOVELHO
Fui feito pra acreditar em gnomos,
em musas, duendes e bruxos,
iaras, ninfas e feitiços,
daqueles conjurados sem pressa,
com saliva peçonha de sereia,
colhida em noite de lua cheia;
e não há como me tirar deste vício!
Pois na madrugada alquimizo sonhos,
em papel caldeirão sentimentos,
e extraio poderosa palavra
que desfaz olho gordo e quebranto,
e cura espinhela caída,
lumbago e até prisão de ventre.
Só não traz mulher amada de volta,
senão perde a graça o poema,
vira anúncio de jornal.
Fui feito pra caçar rumo,
mas me perco mais que outra coisa...
E toda vez que alguém acha,
nem sei bem porquê:
me perco, de mim, outra vez.
No meu jardim colibri, tinham três,
por conta do carinho, hoje, são seis,
manhã se contar de novo,
tomara que dezesseis!
Fui feito pra acreditar nestas coisas!
NALDOVELHO
Fui feito pra acreditar em gnomos,
em musas, duendes e bruxos,
iaras, ninfas e feitiços,
daqueles conjurados sem pressa,
com saliva peçonha de sereia,
colhida em noite de lua cheia;
e não há como me tirar deste vício!
Pois na madrugada alquimizo sonhos,
em papel caldeirão sentimentos,
e extraio poderosa palavra
que desfaz olho gordo e quebranto,
e cura espinhela caída,
lumbago e até prisão de ventre.
Só não traz mulher amada de volta,
senão perde a graça o poema,
vira anúncio de jornal.
Fui feito pra caçar rumo,
mas me perco mais que outra coisa...
E toda vez que alguém acha,
nem sei bem porquê:
me perco, de mim, outra vez.
No meu jardim colibri, tinham três,
por conta do carinho, hoje, são seis,
manhã se contar de novo,
tomara que dezesseis!
Fui feito pra acreditar nestas coisas!