DA JANELA DE UM ÔNIBUS
Sentada à janela de um ônibus
Permaneço calada a observar
Vejo flores, borboletas, e urubus
Cada um seu espaço a ocupar
Vejo nas ruas da grande cidade
Passeios públicos e praças
Gente a pé de toda idade
E rosas nas janelas de vidraças
Olho filas infindas nas calçadas
Onde pessoas ficam a esperar
Serem até o fim do dia, chamadas
Para uma vaga de trabalho ocupar
Observo as casas e apartamentos
A beleza e a miséria paralelas
Ao lado dos edifícios, assentamentos
E as pobres e violentas favelas
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