SUJEITA
despertada,
em meio a pernas e braços,
eis-me tu:
inteiro, em mim!...
Íntima da tua alcova,
nasce em mim um cheiro de completa
[todas as mulheres deveriam ter cheiro de completa]
tu,
a me acordar
– e a me trazer –
a um estado de submissão quase indescritível
– Quero-me submissa! –
[todas as mulheres deveriam ser inteiramente submissas]
se me levantar,
procurei condimentos raros para tu provares
lá no almoço
que prepararei, em nossa cozinha,
enquanto te trarei os chinelos que deixaste, displicentes, ao pé do armário
[custarei a levantar]
se o telefone tocar
– certamente, a mamãe –,
direi a ela que não és nadinha daquilo que ela está a pensar:
quanto precisam mais te conhecer!...
[custarei a atender]
a ninguém direi que abandonarei estudo e emprego,
passarei a me manter com teu salário,
dependerei de ti até no salário,
e viverei unicamente para ser de ti, a comida
– Quero-me submissa! –
[todas as mulheres deveriam ser inteiramente submissas]
enfim,
sujeita a ti
– incondicional –,
a única mulher com cheiro de completa em tua alcova
e tu,
inteiro em mim,
a me trazer a um estado de submissão completamente indescritível!...
– Quero-me, cada vez mais, submissa! –