Mãe
Tão longe estás dos meus pensamentos
Dos meus sentimentos...
E ao mesmo tempo, tão presente...
Distante... Ausente no meu viver!
Quando lembro dos teus olhos de lua...
Cheios de mistérios... Sérios...
Dispersos na escuridão!
Mas o seu coração, sereno... Austero...
Ameno nas horas vagas!
A severidade da razão... Porque não...
Me ensina no desejo, o fruto do saber...
Indeciso no passo a tomar...
Ao rumo certo... Perto do lampejo
Espocado no meu ser... Sem ter...
A intenção de mudar... Meu lugar...
Meu amar, no aconchego do seu amor...
Verdadeiro... Único... Derradeiro...
Caminho a caminhar... Navegar... Me entregar
A sabedoria que se fez tão rara...
Tão cara em sua ausência... Imprudência
De quem pensa que tudo pode
Sem poder viver sem você!
Impecável... Afável... Implacável não fazer
Da saudade que não procura a fórmula certa...
E na certa encontra a solidão do esquecimento...
No teu ventre... Tormento...
Vento que me lança ao solo...
E por fim no teu colo!