Par ou ímpar?

A vida nos ensina,
a cada momento,
uma nova lição.
Nenhuma escola,
curso algum,
seja mestrado,
doutorado,
qualquer pós-graduação
tem mestre mais perfeita,
mais entendida
nas questões do coração.

E como todo ser humano,
do mais romântico
ao mais empedernido,
todos são reféns
de ciladas amorosas,
ou, de uma certa forma,
são as armadilhas
de ordem afetiva
que afetam homens e mulheres
de qualquer canto do mundo,
é bom que a gente entenda
o que nos é comum a todos:
não nascemos para estar sós.
Não importa (façamos de conta)
a companhia,
precisamos do outro
para nosso espelho,
para que nos vejamos
enquanto SER.
A carência de amor vem
lá dos tempos não mais
identificados,
perdidos na saga da humanidade.
Não dá pra negar,
pra se modernizar em prol
de uma pseudo-independência
que nos transforma em
robôs apalermados.
Estar só é circunstância,
compartilhar é transcendência.

Por isso sou PAR.
Quero sempre duas coisas:
para mim e para o outro,
seja ele ou ela,
ou muitos, infinitos.
Quero que o meu grito
seja ouvido,
entendido se possível.
Mas quero alguém ao meu lado,
sempre.
No café da manhã,
no almoço
e no jantar,
no dormir e ao acordar.
E até quando
reivindicar
algo maior, não-individual.
Quero o bem que é meu,
extensivo a mais alguém.
Porque nesta selva de pedra
não dá pra ser feliz
sem mãos entrelaçadas
e corações harmonizados.
Eu sou PAR!