As luzes apagaram-se

As luzes apagaram-se

E eu segui cantando

A sutileza do meu caminho em

passos remotos

De silêncio e olhos fechados

Por entre-mundo de coisas

Que não sei ousar dizer

Por onde se entrelaçam até chegar

Onde se está

V

Percebo de forma cruel

A grandiosidade de que me resta

Neste súbito plano torto — viver.

VI

Abaixo de luz e asfalto

Vejo formigas incandescentes

São tão grandes, bem mais

Que meu ventre

Mas posso acreditar que a terra

É maior sobre elas do que está cidade é

Para os meus pés

VII

Se uma gota d’água coincide uma

Pequena lagoa

Ou um imenso rio,

Que dirá um oceano

Ainda mais poluído.

Parangolérico Kaloré Kerexu
Enviado por Parangolérico Kaloré Kerexu em 20/05/2006
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