Na calada da noite que se diga...
Na calada da noite que se diga
Alvas estrelas, frases notívagas
Partes de um leito desarrumado
Vozes reverberando um ditado
Rebusca a minha sede
O olho translúcido a vagar
Tal o incerto, escondem os beijos
Estação para atos eletrônicos
Miríades cibernéticas, ave Zeus
Maldito fecho de porta-seios
Vagam horas na solidão
Navegam na busca de sonhos
Hirsutos para aplacarem sua sede
No marear de tantas noites
Ao Porto dessa minha Ilha
Sofrega continuidade, novos deuses
Lacunas enxertadas, a outra solidão
Criar outras raízes
Neste quadrante abaixo das Tordesilhas
Ah! o que vira o amor, cá em "Sampa"
Um trem tão cheio, rusgas & odores
Cores da noite, tantos cânticos
O lado sem luz, rege nova balada
Flores & beijos, copos vazios
Amarras em volúpias tardias
Qual peso que se faz ouro
Tantos nautas, apenas uma Ilha
Abarca um coração só e afeito
Que a sereia guarda em sua casa
Velas que se enfronham entre desejos
Feito poste que estanca na calçada
Do livro ainda não escrito
A rede tomando tão parcas palavras
Mirra para a faina latina
Desdobrando outras fronteiras
No seguir a estrela, o pensar vago
Sereia de corpo quente no braços
Afagos tardios da noite de espera
Rotina da manhã, esquecidas entre lençóis
O olhar na calada da noite
Outra que se diga e passa
A Lua e sua estrelas como companhia
Novas frases...
Para os amigos de longe, e tão próximos.
Peixão89