Angústia

Oh! Angústia que desafina...
Em discos ... Visgos... Sentimentos alheios aos teus.
Segues os caminhos mais lisos... Aqueles que destroem os meus.

Serenata nas calçadas... O cuspir de um cidadão...
O invólucro perfeito... As raízes da solidão.

Oh! Recuo do dito... As lisas crostas do discurso escorregadio...

Queres tu o imaginar da crua lança?... Os ditames das palavras... Desconfiança?

Oh! Bandida e afiada tristeza... Meu peito não é teu... Por que te enganas?
Meu riso no final do dia... Minhas cores a adornar as vestes minhas...
Vento que rebate o eco... Vento que agita a noite... Vento que norteia as folhas...
As letras de um verso em movimento...

Queres o quê, oh! saudade tamanha?... Corroer as minhas entranhas?...
Vulto que rodeia a face... Vulto que cai pelos cantos das paredes...
O encostar-se aos joelhos... Abrir o útero num só lamento...

Oh! Rebanho... Rebanho...
Que tristes notas ressoam em meus ouvidos...
O gado a lamentar o dia... A vasculhar as bolsas...
Metal saliente... Nosso continente...

E a melancolia é o giro... Desse texto em forma de respirar lento... Retornelo... Mito!



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