Os sinos do quarto sem vento
O sopro estático invade
O cômodo preenchido
Por um ar pulsante.
Acelera o movimento
Do pêndulo ébrio, oscilante
O qual o som alimenta
Preenchendo o espaço
Paralelo ao sangue
Invadindo, inundando...
O peito do amante.
Aquele som harmonico
Nos envolve intensamente
Como as carícias
Da eterna virgem
Cujo seio acalentamos
Nosso último suspiro.
Som que percorre
Envolvendo completamente
Todo o espaço
O vácuo ambiente.
O pêndulo ainda vibra
E os sinos também vivem
Unidos em sua orgia
Dão vida ao ambiente
Onde seu canto cria formas
Que ali estiveram
Em um passado esquecido
Histórias apagadas
Cessam ao fim da música
Esperando apenas
QUe os sinos lhes dêem
Mais um sopro de vida...