Oração Maldita.

Sou a sombra insinuada do eterno

O escuro recoberto pelas vagas

P’ra toda eternidade sou o moderno

O fusco cuja luz jamais se apaga

Sou o bem, o mal, também a praga;

Estou no frio soturno do inverno

Na soma do mal que vem do inferno

À flor da sua pele, eu sou a chaga.

Guardo a luz senil do vão mistério

Preguei na cruz, um ardil, a luz do bem;

Farta-me a fome que os homens têm

E à sombra de um segredo velho;

Se dôo o bem, vivem o mal, vivem o vão,

Devem perdão e a paz ,só pedem pão...