Um poema em carne viva
Em meus dedos tenho o sangue
por tocar-te antecipado,
de cima de tudo,
com todo o recato.
Pago a senteça
por ser eu mesmo,
por não ser você.
Todo o tempo sangro...
As máquinas de tortura
não enganam!
A noite só acaba quando fecho os olhos,
e as vezes sonho com sua boca sangrenta.
Pior que é verdade:
As máquinas de tortura não mentem.
Talvez apenas disfarcem.