Sobre margens e tropeços

Corri

serena e rasteira.

Não fiquei nos tropeços.

Me acumulei

Em depressões sem fim.

Transbordei,

ultrapassei meus limites.

Cansei de águas paradas.

Escavei minhas margens

E de novo

corri.

Livre.

E como supus,

meus limites são mais largos.

Ando agora

pra cachoeira final

onde vou despencar,

virar pó de água,

fumaça,

e me perder no mar.

Joana de Barros Mendes
Enviado por Joana de Barros Mendes em 12/05/2009
Código do texto: T1589755
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.