A inspiração do poeta

Vagando no espaço, no embaraço de corpos, mente liberta para voar entre anseios e desejos, sinfonia angelical, do sentimento banal, extrair o verso rimado, entre a santidade e o pecado.

Esferas e cometas, através da luneta, vêem ao longe...

Os versos sem nexo, me deixam perplexo, nas veias corre sangue quente, mesmo o amor ausente, aflora sem demora, o perfume da flor, a essência do amor exala pelo universo, me deixando sem ar para respirar.

Entre devaneios, descrevo anseios, amores vividos, outros não correspondidos, sou poeta e louco, faço de tudo um pouco, choro, mágoas que não são minhas, vivencia o gosto de quero mais no olhar dos homens, afloro na pele macia, deslizo na face, sou lágrima quente.

Minhas idéias, divagando no firmamento, sou estrela cintilante sobre o manto escuro, edifico minha morada no solo da lua, nua e crua.

Em meus lábios tenho o sabor do beijo esquecido pelo tempo, minha pele, tem o perfume do primeiro toque dos dedos, minhas entranhas, arrancam façanhas, volúpia dos deuses.

Sou poeta do encantamento, danço sobre os corpos, revirando pensamentos, olhos tristes, estimulo paixões...

Minhas palavras vãs criam asas coloridas e de contra partida, pouso no trêmulo falar, até engasgar, amo sem medida, aconchego-me nos braços quentes.

A inspiração do poeta cantante, a lua como companheira, os raios do sol adentrando no peito, aflorando em mil sensações, perdendo a razão diante dos anseios.

Melodia suave transporta-me para outras eras, assimilando cada nota musical, a alma cansada, dilacerada pelo amor, deleita...

Sou música, sou flor, sou poeta do amor!

Embriago-me entre os sentimentos alheios, não tenho sexo, sou o acaso do destino, deixo rastros de saudade, no olhar cumplicidade, meus versos, afagam a alma do sonhador.

Escrito

19.05.2006

Por Águida Hettwer