CONFISSÃO
Sou um ser limitado a vontade de viver.
A quem ninguém dá valor,
Me sinto dono de uma inutilidade mortal.
Capaz de transfigurar meu espírito,
Fazendo surgir em mim,
O desejo de cometer suicídio,
Afinal a vida nada mais é ...
Do que um poço fundo, vazio e escuro.
E os amigos, quanto mais preciso deles,
Mais eles se afastam de mim.
Me deixando na solidão,
Sem ter paz.
Na escuridão de uma noite de inverno,
O frio a consumir meu corpo,
Até mesmo minha sombra.
São horas intermináveis de um dia obscuro.
Na lareira o fogo a queimar a lenha,
No meu peito a dor a consumir minha alma.
Meu coração a chamar teu nome
E implorar por teus carinhos.
Tua boca a me beijar incessantemente
E aquele cheiro que era só teu,
Me enlouquecem de saudade,
Tirando minha tranquilidade.
Preciso fugir enquanto é tempo,
Mas para onde?
Vou fazer um viagem para dentro de mim.
Percorrer um longo caminho,
Até chegar no ponto principal:
"Meu coração"',
E tentar livrá-lo deste amor bandido
Que está prestes a destruir meu ser,
Preciso correr...
Antes que seja tarde demais!