Cada minuto
Meia – noite.
Olho para o relógio,
esquecendo todo o ódio,
que me castigara como açoite.
O tempo é tão cruel
como o sentimento vil de uma alma.
Destruindo-se no mais ínfimo fel
de uma valor senil que acalma.
Tranqüiliza, mas não acomoda.
É um vento que suaviza
toda orla.
Orla de um rio pronto
para mudar o seu curso. Concretizar um sonho,
deixando para trás o que é imundo.
Girar em torno de si
é preciso. Encontrar, então, aqui
o que me deixa aflito.
Quero aprender a administrar
a alegria.
Pois ela é efêmera, pode acabar em um dia.
Parece-me que cada minuto
deve ser renovado. Revelando um humano menos taciturno
e um poeta bem-humorado.