CONSCIÊNCIA

ALGUÉM ME ESPREITA E OBSERVA.

UM VULTO ESPERTO QUE NÃO ME PERDE DE VISTA.

ESCONDO-ME ATRÁS DA ÁRVORE, DO CARRO, DO POSTE, DA PORTA, DO MEDO.

MAS NÃO ADIANTA. QUANDO PENSO QUE ESCAPEI...

ENTRA NOITE, SAI DIA, MORRE O SOL E NASCE A LUA, VAI A CHUVA, VOLTA O VENTO, E LÁ ESTÁ, SEM TRÉGUA, ESSE QUALQUER COISA OU QUALQUER UM QUE ME ESPANTA, ME PERSEGUE E NÃO SE CANSA.

DE REPENTE, ASSIM, À TOA, SEM EXPLICAÇÃO, NUM SOPETÃO, DESCUBRO MEU PERSEGUIDOR.

SOU EU MESMA, MEU TUTOR, MEU DELATOR.

SEM LIMITES, SEM CERCAS, SEM AMARRAS.

SOU EU MESMA QUEM ME ACUSA E ME CONDENA.

SOU EU O MEU JUÍZ E A MINHA PENA.

Isabel Damasceno
Enviado por Isabel Damasceno em 11/05/2009
Reeditado em 08/06/2011
Código do texto: T1588780
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