O amor segundo a porta.

O amor - fúlgura eletrostática

que

fulmina a minha face mórbida que grita

a voz que costuma calar incessantemente dentro de mim

A imagem

a música o

tato que derrota-me violentamente o

ego o

orgulho e a

palavra

que descansa

atrás de tua própria sombra.

A vontade de se dizer a palavra divina

à graça em que se faz de existir

em fato]

O amor é fato.

Misericordioso de tão grande. Talvez ridículo por nos ser concebido. Doí, ou é

um susto por ser uma sensação insana que acarreta-se quando se lê e recorda-se de pequenos bilhetes deixados à mesa como se fossem leite e

pão.

O amor domina completamente o meu ser

no momento em que tomo o devido

susto inicial, a

empática surpresa de vê-la,

mesmo que de longe, mesmo que aproximando-se de mim, mesmo que aproximando-se de mim aos poquinhos, numa

ânsia, numa ária que vai crescendo aos poquinhos as relativas maiores menores diminutas moduladas, ou até a meio palmo de distância de segundo a este ser amado.

O amor amedronta

também por ter a mania de comer as coisas. Põe medo por ser maior que nós e a

terra onde pisamos] e também por não vermos,

assim como não se vê nem a um átomo ou a Deus ou

um verme. Está além do azulejo o qual piso com meus olhos agora, ou até da metáfora,

que finjo ser

perto do amor.

Perto de amor,

talvez não exista eu. Mas devo existir, pois sou ser a ser

amado e a amar àcima, como todas as outras coisas existentes que são - sou ser

a ser

amado

e a amar àcima de todas as outras coisas que são e que consistem em natureza - e amar, sim,

amar mais, bem mais que temer a este mundo moribundo de tantas dores

de tantas penas e provas á

frente...

Parangolérico Kaloré Kerexu
Enviado por Parangolérico Kaloré Kerexu em 19/05/2006
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