Tudo e nada
O feliz
sente que tem tudo
– apenas sentimento.
O triste
pensa que tem nada
– apenas impressão.
Na felicidade, nada é tudo.
Na tristeza, tudo é nada.
Shakespeare foi feliz em afirmar:
“Sofremos demasiado
pelo pouco que nos falta
e alegramo-nos pouco
pelo muito que temos.”
Ciclo interminável:
sofremos,
conseguimos,
desfrutamos,
perdemos,
queremos,
sofremos.
Num momento temos tudo
e desfrutamos eternamente.
No seguinte, o perdemos
e sofremos amargamente.
Quem não tem e consegue
é feliz, isto é certo.
Só não sei o que é pior:
nunca ter ou ter e perder.
(Sanca, 22/12/2008)