A tristeza era feliz comigo
Ah, tristeza, te sinto a léguas de distância
Do meu coração que um dia feliz amou
E num peito que não entende a intolerância
De quem amou e logo depois desamou
Não vês, tristeza, que moras tão ao longe
Que a flor ao vento seu perfume dispersou
Que o tempo hoje já não está pra monge
Que a abstinência não combina com o amor
Então, tristeza, que sejas feliz
Se amor platônico é do teu feitio
Mas se um dia pousares no meu chafariz
Beberemos da água de um encontro tardio
* Poema para a ciranda da Maysa: A Tristeza Mora Longe