ORQUESTRA DE LUZES
Não existem tormentos insones quando uma orquestra de luzes quebra a negritude da dor com suave acalanto de esperança. Não há sono inabitado, nem limites de desejos, quando o luar envolve serenamente minha alma e os sonhos transparecem como cores alternativas ao arco-íris. Essa coisa nova, envolvente e inexplicável que explode em meus olhos. Esse sentimento inconfundível ao mesmo tempo desconhecido. Essas noites que não se repetem, mas evoluem na mais arrebatadora das vontades. Não posso e nem quero explicar minha música, notas dissonantes e suaves que me transporta pelos anéis da eternidade. Música única aos meus ouvidos, do meu peito ao retrato de um amor, de carinhos sem textura, sem ranhuras, um leve entoar de carícias por toda a noite. Acalanto preguiçoso, de um chamego quase infantil, de um sorriso, de um gesto, de tudo e de todo criança. Não pode existir tormento em sonhos embalado pela vida simples de quem ama. Não se inventa a dor no seio de uma felicidade incontida, gritante, de quem sonha a morte como dúvida de um castigo e dívida da mais maravilhosa liberdade. Esse acalanto eu guardo e reparto aos céus, cantando baixinho no crepúsculo de mais uma noite vivida.
Nota. Andei buscando pela internet, textos de minha autoria que foram publicados em outros sites, por mim ou por amigos conhecidos ou não, e resolvi juntá-los aqui no Recanto.