Ecos do Passado

Para os homens não bastam as nuvens do céu, querem o infinito...

Romper as fronteiras de seus sonhos mais íntimos.

Querem a perfeição em tudo que os cercam.

Será a vida tão perfeita?

Porque os beija-flores morrem,

assim como as rosas do meu jardim?

Onde estarão os riachos que aqui antes existiam?

Chora homem,

chora em busca do que ainda nem conheces.

Busca em mim o que acreditas ser perfeito.

Excelência!

Os beija-flores ainda morrem.

As roseiras secam ao sol.

O eco na montanha sempre volta com um som semelhante, mas não é igual.

Sou teu som mudo, oculto na garganta do penhasco.

Tua criação.

Filha dos teus sonhos de ir ao infinito...

Serei a flor, para que não morra mais um colibri?

Serei a semente que ira plantar a dor ou o amor?

Serei o eco semelhante a tua voz gritada, sofrida

pedindo libertação, perfeição?

Serei um riacho que um dia estará secando em meio ao chão?

Ou serei a rosa e você o sol incendiando-me o coração?

Serás o meu beija-flor clamando na montanha?

Eu o eco do teu amor?

Será que existe a perfeição...

Ou somos sonhos de Eva e de Adão?