Velho Recife
A noite ressuscita o Recife
Das loucas historias românticas
Da voz que vem chamar a janela
(da graciosa voz que vem chamar a janela)
O estudante dos tempos boêmios.
Adormecidos no silencio antigo dos casarões
Os bailes e suas melodias
( do Isabel e sua orquestra fantasma)
Eternizados no luto silencioso
Das ruas escuras.
E sob a poeira das senhoras casas
Famílias inteiras ocultam-se
E penetram na consciência adormecida
Dos visitantes distraídos.
Onde estará o Recife
Dos lobisomens invisíveis?
Da risada do boca’d’ouro
Dos assovios da comadre
Perdido
Nos olhos velhos das crianças de ontem.